novembro 01, 2009

Vida

A bolha estourou, o relógio agora corre contra mim, contra os meus instintos. Meus olhos já não podem mais se abrir sabendo que sua imagem se diluirá em luz, e que isso pode fugir deles.
O que custa fazertodos entenderem que sem você, eu não tenho como respirar? O que custa deixar minha alma ir de encontro à sua?
Você pediu para que eu não morresse antes de você. Trato cumprido amor. Você não pediu para que eu lutasse contra a dor, nem que eu vivesse, muito menos que eu convivesse com o vazio que sou sem você.
Sua foto próxima da minha cama não ajuda, o seu cheiro na roupa de cama não coopera, e as suas roupas no chão não me tornam imune à falta da sua alma na minha.
O amor ainda está aqui querido, e eu ainda sou sua, independente da dor que isso me cause. E em breve, vamos estar juntos denovo, porque eu sinto seus lábios nos meus, e eu sinto minha alma se unir à sua vagarosamente. Eu consigo ver a luz agora, e eu consigo destinguir a sua silhueta borrada dos outros vultos. É, eu consigo sentir agora, eu sinto sua pele, seus dedos gelados percorrendo meus braços, eu sinto seus lábios comprimidos nos meus. Somos só um novamente, meu bem.
- j. silva

Fim

Chega um ponto, que não vale mais a pena viver. Quando os sonhos desaparecem, quando a dor mental ultrapassa a dor física,e quando o equilíbrio psicológico some do nada.
Porque apagaram-se todas as luzes, apagaram-se todas as luzes. É, trancaram todas as portas.
Nesse ponto já não vale mais a pena lutar, tentar quebrar as paredes e as correntes.
Como a morte fede! Como ela queima minhas narinas, como esse cheiro empreguina minhas entranhas e cada centímetro do meu pulmão. Como a morte é escura. Por que não consigo ver sua face? Oh! Está tão escuro...
Como essa dor é torturante, como esse cheiro amargo queima. Já não faz mais sentido... Eu já não tenho mais forças. Oh, onde estão meus membros?
Com um ultimo e sultil suspiro, o ar se extinguiu de meus lábios. A morte é tranquila; oh, sim. Que cheiro incrível.
- j. silva