dezembro 16, 2009

Vida

A bolha estourou, o relógio agora corre contra mim, contra meus instintos. Meus olhos já não podem mais se abrir sabendo que sua imagem se diluirá em luz, e que isso pode fugir deles.
O que custa fazer todos entenderem que sem você, eu não tenho como respirar? O que custa deixar minha alma ir de encontro à sua? Você pediu para que eu não morresse antes de você; trato cumprido amor. Você não pediu para que eu lutasse contra dor, nem que eu a vivesse, muito menos que eu convivesse com o vazio que sou sem você.
Sua foto próxima da minha cama não ajuda, o seu cheiro no lençol não coopera, e as suas roupas no chão não me tornam imune à falta da sua alma na minha.
O amor ainda está aqui querido, e eu ainda sou sua, independente da dor que isso me cause. E em breve, vamos estar juntos de novo, porque eu sinto seus lábios nos meus, e eu sinto minha alma se unir à sua vagarosamente. Eu consigo ver a luz agora, e eu consigo distinguir a sua silhueta borrada dos outros vultos, eu sinto sua pele, seus dedos gelados percorrendo meus braços, é, eu posso sentir seus lábios comprimidos nos meus.
Somos um só novamente, meu amor.
- J. Silva

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