ㅤㅤEm momento algum acreditara que aquilo fosse amor. De forma alguma. Amor por ele? Por todas as pessoas do mundo, menos por ele.
ㅤㅤEra assim que pensara a situação. Desde o princípio. Era tudo, menos amor. E quando diziam-lhe que estava apaixonada, negava veementemente. E quando surpreendia-se pensando nele, tratava logo de mudar o rumo, distrair-se e agarrar-se a algo firme.
ㅤㅤPorque desde o princípio soubera que ele era inconstância. Não havia estabilidade quando tratava-se dele.
ㅤㅤE ela jamais poderia amar alguém assim.
ㅤㅤAté ouvir "sexo é amor".
ㅤㅤJamais havia pensado em alguém da forma que pensava nele. Nem desejado alguém como o desejava. Ninguém arrancara-lhe arrepios com tanta facilidade.
ㅤㅤE em seus dezoito anos, jamais havia sentido tanta vontade de entregar-se a alguém como a ele. Era quase uma necessidade: corroía, corrompia.
ㅤㅤEra natural que os beijos de ambos conduzissem para a união dos corpos. As mãos espalmadas nas costas dele viajavam sem receios pela pele macia, conhecendo e reconhecendo seus traços.
ㅤㅤOs lábios perdiam-se, procuravam chegar a parte inexploradas anteriormente. E alcançavam. Pediam-se na pele, nas curvas. Pendiam e perdiam-se entre vales e montanhas, no relevo dos corpos.
ㅤㅤOs lábios encontravam-se. Selavam o pacto que os unia. E perdiam-se novamente só para encontrarem-se mais uma vez. E outra, e mais outra.
ㅤㅤE eram um. Era amor e só assim ela compreendeu: mais do que corações que haviam se escolhido ou não se escolhido, eles eram corpos. Corpos que dividiam a mesma sintonia e um mesmo desejo. Eram corpos que haviam se escolhido.
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