fevereiro 10, 2015

Querido amor, pt. II

            Acho que estou crescendo. Não consigo deixar de pensar que sim, afinal, tudo tem andado tão conturbado... Por vezes me pego refazendo meus passos, buscando meus erros e, acredite, eu os encontro. Não consigo deixar de pensar que é graças a você que sou capaz de não repeti-los agora. Graças a você muita coisa aconteceu... Finalmente estou me encontrando, melhorando a cada nova decisão. Sei que jamais saberá disso, mas os erros que cometi contigo, jamais irão se repetir. Porque agora eu os entendo. Eu agora me entendo. 
            Não que isso valha de muita coisa... Mas eu queria que soubesse o quão importante foi seu papel no meu amadurecimento. Escolhas que eu demoraria dez, doze anos pra tomar, estão acontecendo agora. E eu não me arrependo de nada... Nada exceto não ter aprendido mais com você. Posso não ter me tornado mais esperta, mas sou, com certeza, mais crítica e mais dedicada, sou mais amiga, mais dona de mim e do meu corpo. Pela primeira vez, eu sinto que estou nos meus pés, e, Deus!, essa sensação é maravilhosa. 
            Aprender a controlar meus sentimentos talvez tenha sido sua maior contribuição para minha vida. E acho que nunca vou encontrar palavras suficientes para agradecer a você por isso. Você me encontrou uma menina, e me obrigou a ser mulher. Ainda que às vezes eu negligencie esse fato, ele é verdade. Eu sou muito maior hoje do que jamais sonhei. 
            Talvez haja um pouquinho de ironia, um gole de vodca, todo o desejo sexual do mundo... Você deixou uma maço de cigarro na mesinha de centro, mas nele não consigo mexer. Talvez sim, talvez não. A verdade é que sinto a sua falta. 
            Obrigada por tudo. 

J.