É como se essas páginas gritassem
Para que eu as preenchesse com as minhas palavras
Como se as canetas implorassem
Para que eu deslizasse a tinta pelas folhas
Em branco
Os compromissos da agenda pareciam
Até sumir conforme essas coisas
Falavam comigo
Então, eu cedia
Obedecendo à uma urgência que já não
Me era tão familiar
Mas que ainda me faz
Tão feliz, tão minha
Versos sem rima
Palavras desconexas
Sentimentos largados e escondidos
Em cantos sombrios da minha alma
As dores do meu choro
Meus sonhos esquecidos
Meus desejos mais perversos
Todos eles me jorram por entre os dedos
Varrendo essas páginas em branco
Enchendo meus dias de
Poesia