Estavam
de mãos dadas no meio de uma enorme multidão. Ainda assim, com todo o barulho e
toda a algazarra, era possível ouvir o coração do companheiro. Por mais que nem
todos vissem o que acontecia ali, eles sabiam. Aquele casalzinho perdido no
meio de um mar de corpos, sabia que pertenciam um ao outro. E aqueles corações,
que batiam tão descompassados e tão felizes, só batiam porque estavam juntos.
Eles trocaram um sorriso confidente, e todos os segredos
compartilhavam apareceram por um segundo. A intimidade entre ambos, a
confiança... Tudo esteve ali, presente naquele sorriso. Quem olhava de longe,
mesmo sem conhece-los, sabia que naqueles dedos entrelaçados havia amor. E amor
daqueles fortes e duradouros.
O laço que os unia era invisível apenas para eles. Todos
os outros, expectadores daquele amor, podiam ver. Era mais do que destino, ou
confiança, entrega ou compatibilidade. Ambos eram mais do que isso, quando
estavam juntos. Eles eram um só. Um só a ponto de completarem as frases um do
outro, de se conhecerem sem forçar e de dividirem os mesmos medos e os mesmos
segredos.
Até mesmo de longe, um espectador mais sensível notaria a
fraca luz vermelha que os envolvia quando estavam juntos. Alguém desatento,
quando os visse, pensaria “que casal bonitinho”. Porque eram. E eram bem mais
do que isso também: estavam predestinados.
Deus, o Destino, uma Energia... Não importa no que você
acredite, quando olhasse para os dois entenderia que havia alguma força maior
atuando ali. Entenderia que estava escrito, em algum lugar, mesmo que fosse
apenas no coração dos dois, que pertenciam um ao outro.
Não haveria medo que apagaria isso. Ou insegurança. Muito
menos falta de confiança. Porque, por mais que sentissem isso, o que os unia
fazia com que superassem, fazia com que acreditassem de todo o coração e com
toda a alma.
Eles eram um, ali, no meio daquela multidão.
Ali, uma senhora curiosa notou. E teve felicidade ao
dizer: Duas almas gêmeas se encontraram. Acreditem, não saiu em nenhum jornal.
Nenhuma emissora de tevê anunciou. Ninguém pareceu importar-se e, no mundo
inteiro, pareceu não fazer a diferença. Mas no mundo dos dois, fazia. Sempre
faria.
Estavam juntos. E era para vale. Era para sempre. Eles
eram um do outro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário