Há algum tempo não escrevo aqui, e foi engraçado ler que “tudo vai ficar bem”, porque bem agora, quando já se passaram quase oito meses do término, eu tive uma crise de choro aos gritos porque eu descobri que você está com outra pessoa. Que meu espaço tá preenchido na sua vida. Que todas as vezes que você me perguntou sobre eu sentir sua falta, você já tinha ela daí pra ocupar a minha falta. Que enquanto você me dizia sobre como sentia minha falta, na verdade já não sentia tanto, porque ela tava aí.
Das coisas que me aconteceram, perder meu pai foi a mais dolorida delas. Mas perder você tem sido tão pior… Tão pior que é como se eu não conseguisse respirar, pensar, como se eu não conseguisse existir longe de um mundo onde existimos “nós”.
Eu sou ótima em me fazer de durona, mas acho que o tempo todo eu achei que a gente ia voltar e que ia ficar tudo bem. E agora eu sei que não vai. Porque você me magoou como ninguém tinha me magoado ainda. Eu não consigo parar de pensar em vocês dois juntos. Não consigo parar de pensar na boca dela no seu corpo. Na sua boca no corpo dela…
Eu nunca me senti tão mixuruca na vida. Tão “tanto faz” pra alguém. Eu tô chorando e gritando de novo, mas pra você nada disso é amor. Nada disso é amor… E só o que eu te pedi foi pra me amar direito.
Queria te mandar tudo isso e dizer que você não me merece. Que eu quero que esse ciclo acabe. Que eu não aguento mais pensar que nós podemos ficar juntos. Que eu não quero mais. Mas eu sinceramente só queria que você me visse agora. Que enxergasse a porra da minha dor. Que ela te atingisse como um soco no estômago. Que você chorasse junto comigo me dizendo que sente muito e que não era sua intenção me magoar. Que você nunca quis foder com outra pessoa. Que tudo vai ser diferente daqui pra frente.
Queria que a gente pudesse voltar pro ciclo vicioso do briga-chora-conserta-piora-briga-chora-conserta-chora… Pelo menos, nele eu podia te ferir de volta com minhas lágrimas. Nele, por um momento, tudo ficava bem e nós podíamos ser felizes até a próxima tempestade. Agora, tudo parece um temporal sem fim… Nada disso vai voltar. Eu estou perdida e sozinha, e nada nunca doeu tanto quanto essa percepção… De que eu te entreguei tudo, e mesmo assim, pra você, não era amor.
Suas palavras afiadas me doeram como um tiro de canhão. Foi descaso, não foi amor. Não tem mais amor, apesar de eu não saber que outro nome dar pra esse aperto no meu peito. Pra essa urgência de chorar aos gritos porque tem outra pessoa com você e essa pessoa não sou eu.
Meu deus, eu só queria dormir e acordar sem você no meu coração. Eu só queria conseguir parar de chorar. Parar de sentir esse buraco oco no meu peito que parece que nunca diminui, nunca cura, nunca passa… Como eu vou colar todos esses pedacinhos de mim esparramados pelo chão do meu quarto?
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